quarta-feira, 6 de julho de 2011

Internet: plural x singular?

Não há como negar: a internet faz parte do nosso dia-a-dia. 

Você que está lendo este texto pode constatar isso mais facilmente, pois ele foi escrito para ser veiculado somente no ambiente virtual. Afirmações como ‘a internet mudou a nossa vida’ ou ‘não consigo mais imaginar um mundo sem internet’ são comuns e, provavelmente, você já ouviu algo parecido ou, até mesmo, já disse. 

Fim das fronteiras geográficas. Fim das diferenças sociais. Fim da censura. Parece-nos que a internet pôs fim a várias coisas negativas e concebeu um novo mundo. Um mundo sem fronteiras, sem limites, um mundo onde eu posso participar da criação. É incrível como as pessoas, quando colocam um site na internet e/ou criam ou perfil no Orkut e/ou um avatar no Second Life e/ou abrem uma conta no Twitter se sentem mais realizadas e mais felizes que quando plantam uma árvore no mundo real. É uma espécie de poder criador que nos é oferecido através da web. 

Neste outro mundo, o virtual, posso viver anonimamente; posso conhecer pessoas de outras tribos; posso experimentar coisas novas sem me contaminar; posso superar meus próprios limites. 

Há um preço para tudo isso? (Além da mensalidade de meu provedor?)

Tenho constatado que, apesar do mundo virtual ser tão vasto e numeroso, algumas pessoas tem se sentido sozinhas. Sozinhas? Sim. Sabe aquele sentimento que bate quando você desliga o computador às três horas da madrugada e vai para a cama sozinho? Ou então, aquele sentimento de quando você se levanta da cadeira da lan-house, depois de conversar com inúmeras pessoas, e não conhece ninguém a sua volta. Ou ainda, aquele sentimento de quando você encontra suas vizinhas na rua e elas dizem apenas ‘oi’, isso depois de vocês trocarem vários scraps no Orkut do tipo ‘está sumido heim?!’ ou então ‘sou sua vizinha, estou te adicionando, vamos ser amigos’. 

O que está acontecendo com as pessoas? Onde chegaremos? O homem é um ser social. ‘Ninguém é uma ilha’, já dizia o filósofo John Donne. 

Não sou contra a internet, pelo contrário, sou assíduo usuário, porém insisto em divulgar que devemos, também, investir em relacionamentos reais e em construções na vida diária. 

Plante uma árvore. Vá à praia. Converse, ao vivo, com seus amigos. Desfrute de ambientes de interação, de troca de olhares. Aperte as mãos, abrace, beije. Viva!

Viver o presente, olhando para o futuro e respeitando o passado. A internet só existe por causa do ser-humano e não o contrário. Lembre-se disso.

Seja feliz!!!

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